Além de demorar a reagir às tendências, a Fiat apresentou um modelo sem a velha e conhecida audácia italiana

A Fiat sempre se caracterizou no Brasil pela agilidade nas ações e ousadia nas decisões. Mas para lançar o Pulse, a fabricante tomou um caminho diferente. A marca foi a última a apresentar um SUV compacto ao mercado e mesmo assim alongou a apresentação do modelo por intermináveis seis meses. O carro foi lançado oficialmente nesta segunda quinzena de outubro, com vários “teasers” nesse meio tempo.

Além de demorar a reagir às tendências, a Fiat apresentou um modelo sem a velha e conhecida audácia italiana, que sempre dava o tom nos carros da marca. As linhas do Pulse não antecipam as tendências de estilo nem surpreendem em relação ao que é oferecido no mercado.

Ao contrário: a estética bebe na mesmíssima fonte do Argo, lançado há quatro anos – uma eternidade em termos de design. Mas em um ponto a fabricante instalada em Betim (MG) surpreendeu e por isso pode estar fadada ao sucesso: o preço.

O modelo, que estreia mundialmente a plataforma MLA, chega com três versões, três configurações de trem de força e preços entre R$ 79.990 e R$ 115.990. Os rivais diretos têm preços a partir de R$ 100 mil.

O Pulse até oferece alguns recursos de assistência avançados, mas conseguiu manter o preço em nível atraente – estratégia semelhante à usada na picape Strada, que se tornou um fenômeno de mercado.

A variante de entrada é a Drive, com motor Firefly 1.3 aspirado e potência entre 98 e 107 cv, e torque entre 13,2 e 13,7 kgfm, com gasolina e etanol.

É o mesmo motor que movimenta outros modelos da marca, como Argo e Cronos, mas aqui ele foi “estrangulado” por conta das normas de emissões que entram em vigor em 2022 e por isso perdeu até 3 cv e 0,5 kgfm. Este propulsor pode trabalhar em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas, que é a versão com preço de R$ 79.990

CÂMBIO. A versão Drive pode ainda trabalhar com o novo câmbio CVT, com sete marchas pré-programadas e modo Sport acionado por botão no volante. Nessa composição, o preço é elevado para R$ 89.990.

O Pulse tem ainda duas versões acima da Drive: a Audace e a Impetus, ambas equipadas com o motor Turbo 200 e câmbio CVT.

A topo de linha Impetus custa iniciais R$ 115.990 e acrescenta bancos revestidos em couro sintético, painel digital de 7 polegadas, faróis de neblina com função cornering, sistema de navegação GPS, retrovisores externos com rebatimento elétrico e luz de cortesia, rodas de liga leve diamantadas com 17 polegadas, sensor de estacionamento dianteiro, teto bicolor, volante com regularem de altura e profundidade, e ainda tela de 10,1 polegadas na central multimídia.

CONTROLE. Embora tenha um visual mais de crossover do que de SUV, todas as versões do Pulse vêm com o sistema TC+, que é o controle de tração que trabalha em conjunto com o ABS para limitar o escorregamento de uma das rodas com baixa aderência. O freio “pinça” a roda que está patinando para permitir a transferência da força para a outra roda – sistema semelhante ao usado nas versões 4X2 da Jeep.

Ainda tentando incrementar a capacidade off-road, o projeto do Pulse, desenvolvido em Betim, inclui ângulos de ataque e saída de 20,5°, 31,4°, com altura livre para o solo de 22,4 cm. O suficiente para pequenas aventuras.

Fonte O Liberal - Por Eduardo Rocha - Auto Press